quarta-feira, 18 de novembro de 2015

A natureza caótica de uma casa sem amor

O caso das famílias e casas modernas -me referindo à era "anti-sentimentalismo" não declarada-  do tipo que aparece perfeita em fotos das redes sociais mas que em sua rotina desconhece as delícias de um almoço junto à mesa, ou de palavras carinhosas, me entristecem. Essas mesmas famílias onde abraços e beijos se limitam a datas especiais de aniversário ou fim de ano e que cobram tantas responsabilidades dos outros que esquecem de suas próprias responsabilidades, e me entristecem.

Tenho pais corujões, sempre tive, desses que dão beijos e abraços várias vezes ao dia - e o mais importante: de forma espontânea - e não medem palavras para que eu nunca esqueça o quanto me ama, e, simplesmente assim, me alegram. Ao me deparar com a realidade de uma família que se trata friamente e não compartilham sorrisos começo sempre a pensar: Como é formada a base de pessoas que saem de famílias assim? Em meio ao caos do mundo e das relações atuais como a pessoa encara a família que deveria representar o porto seguro mas que na verdade acaba não funcionando assim?

Lembrei de nossa casa, de nossa bagunça e dos "puxões de orelha" para que algo fosse feito com relação àquela inadequação habitacional de um sapato que começou a morar no canto da sala, por exemplo, ou de todas as noites em que levantei de madrugada depois de me virar várias vezes na cama e que, sabendo que os pratos me esperavam na pia, fui incapaz de pregar os olhos. Arrumei e coloquei em seus lugares certos por amor, fui capaz de carregar, mesmo que às vezes com a cara fechada, vários e vários livros de cômodo em cômodo até que eles se instalassem onde estão hoje também com amor.
Comecei a imaginar de que maneira essas famílias cooperam entre si e fazem as coisas em casa: fariam contrariados? Com raiva? Ou tristes que o fazer pelo seu próprio lar provocasse tanta chateação?

Sei que se eles questionassem de que lado moravam as plantas bem nutridas e as roupas alvíssimas não saberia responder. Ou de que lado morava toda a organização em planilhas e as mesas postas de comercial de margarina muito menos.
Não saberia o que dizer à essas pessoas, também não era assim em minha casa mas o que tornava o caos de nosso lugar um sistema organizado e agradável faltava a todos esses elementos de perfeição doméstica: o ensinar, o aprender e o amar cada tarefa realizada do jeitinho que o outro faz.

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